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Perspectivas

Por uma Investigação Mundial dos Trabalhadores sobre a Pandemia de COVID-19

O World Socialist Web Site está iniciando uma Investigação Mundial dos Trabalhadores sobre a Pandemia de COVID-19.

Com base na pesquisa de cientistas, no conhecimento de especialistas em saúde pública e na experiência concreta de trabalhadores e estudantes, a Investigação irá apurar e documentar a resposta desastrosa de governos, empresas e da mídia ao surto de SARS-CoV-2, o vírus que causa a COVID-19. Ela buscará expor as forças e interesses políticos e econômicos que impulsionaram as medidas que permitiram a transmissão descontrolada do vírus e seu desenvolvimento em uma pandemia catastrófica que matou milhões de pessoas em todo o mundo.

A pandemia é um evento de magnitude histórica. Seu impacto no curso do século XXI pode muito bem revelar-se tão abrangente quanto o das duas guerras mundiais do século XX. Portanto, as origens, causas e consequências da pandemia devem ser minuciosamente investigadas e compreendidas. Esse desastre não foi nem um “ato de Deus”, nem o resultado de uma conspiração maligna em um laboratório chinês. Chegou o momento de refutar decisivamente as mentiras com as quais governos e a mídia corporativa cobriram a narrativa sobre a pandemia.

Esta Investigação é necessária para combater o encobrimento, falsificações e desinformação que vêm sendo utilizados para justificar as políticas responsáveis por milhões de mortes evitáveis desde a detecção inicial do SARS-CoV-2. A Investigação reunirá e colocará à disposição do público as amplas evidências de indiferença socialmente nociva e mesmo criminosa à vida humana.

O início desta Investigação não pode esperar. O mundo está entrando no terceiro ano da pandemia, mas o contágio mundial não está diminuindo. Longe disso. A sexta onda global da pandemia já está avançada, com casos, hospitalizações e mortes novamente em ascensão enquanto o inverno no hemisfério norte está se aproximando.

Depois de atingir uma média global de 402.548 novos casos diários em 17 de outubro de 2021, a média oficial de casos diários ultrapassou 500.000 em meados de novembro, com toda a Europa e América do Norte enfrentando um aumento significativo de casos.

Embora vacinas poderosas tenham sido fabricadas, apenas 41% da população mundial recebeu duas doses de vacina, incluindo menos de 7% dos africanos e 3% das pessoas em países de baixa renda. Apenas 2,6% da população mundial recebeu a terceira dose necessária da vacina. Os cientistas têm advertido repetidamente que a contaminação contínua em massa em meio ao lento avanço da vacinação cria pressões evolutivas que ameaçam produzir uma variante resistente à vacina.

Parcela da população plenamente vacinada contra a COVID-19

O número oficial de mortes em todo o mundo está agora acima de cinco milhões, o que é reconhecidamente uma grande subestimação. O Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME) da Universidade de Washington estima que o número mais provável de mortes por COVID-19 no mundo seja de 12,1 milhões, com uma média atual de quase 13.300 pessoas morrendo a cada dia ao redor do mundo. Os impactos sociais a longo prazo, que podem incluir centenas de milhões de pessoas sofrendo com a COVID longa, ainda não são totalmente conhecidos.

O número de mortes em excesso durante a pandemia – aquelas de todas as causas acima do que seria esperado sob condições normais – é estimado pelo Economist em mais de 17 milhões. Um estudo recente publicado no BMJ (antigo British Medical Journal) constatou que a expectativa de vida caiu significativamente em 2020 nos países que permitiram a propagação do vírus, particularmente na Rússia (2,32 anos) e nos EUA (2 anos).

A pandemia foi prevista

A Investigação irá desmascarar o mito de que a pandemia foi um desastre imprevisível e incontornável. Nas décadas anteriores ao surto inicial da SARS-CoV-2 em Wuhan, China – que os especialistas atribuíram de forma esmagadora à transmissão zoonótica de animais para humanos, muito provavelmente por um morcego numa feira de alimentos – havia uma imensa quantidade de literatura científica, livros e até mesmo filmes que anteciparam tal pandemia.

O surto de SARS em 2002-2004, a epidemia de “gripe aviária”, H5N1, em 2003, a pandemia de “gripe suína” em 2009, o surto de MERS em 2012 e a epidemia do vírus Ebola em 2013-2016 levaram cientistas em todo o mundo a soar o alarme para uma pandemia iminente.

Em julho de 2005, o epidemiologista Dr. Michael Osterholm escreveu um ensaio detalhado na revista Foreign Affairs intitulado “Preparando-se para a próxima pandemia”. Em todos os aspectos essenciais, esse artigo delineou o pior cenário possível que, de fato, ocorreu globalmente a partir de janeiro de 2020.

Alertando que uma próxima pandemia “não poderia ser evitada”, o Dr. Osterholm pediu que cada país desenvolvesse “um plano operacional detalhado de como conduzir uma população ao longo de um a três anos de uma pandemia”, bem como uma “iniciativa para fornecer vacinas para o mundo inteiro”. Ele também advertiu que se a próxima pandemia começasse naquela noite, “praticamente toda estrutura médica e equipamentos de proteção estariam em falta apenas dias após o reconhecimento de uma pandemia”, enquanto observava que as cadeias de fornecimento globais seriam severamente interrompidas. Ele conclui o ensaio afirmando: “Este é um ponto de virada crítico na história. O tempo está se esgotando para se preparar para a próxima pandemia. Devemos agir imediatamente com determinação e objetividade”.

Corpos de pacientes morto pela COVID-19 do lado de fora do hospital Maimonides no Brooklyn durante o surto de março de 2020, na cidade de Nova York, EUA. A imagem foi compartilhada com a imprensa por uma enfermeira do hospital.

Dezenas de artigos semelhantes, ensaios e pesquisas escritos ao longo dos 14 anos seguintes endossaram e contribuíram aos prognóstico do Dr. Osterholm. Mas esses avisos foram ignorados por quase todos os governos e a sociedade ficou totalmente despreparada para tal evento. Os recursos financeiros necessários para neutralizar o perigo não foram providenciados. Em vez disso, trilhões de dólares foram injetados nos mercados financeiros e sempre crescentes orçamentos militares. A destruição desenfreada de ecossistemas fundamentais deixou a sociedade cada vez mais vulnerável à transmissão zoonótica. Os estoques de equipamentos de proteção individual não foram mantidos. Pesquisas com vacinas de RNA mensageiro e outras tecnologias foram cortadas quando consideradas não rentáveis. Os sistemas hospitalares foram mantidos com falta de pessoal e poucos recursos.

A transmissão global do SARS-CoV-2 poderia ter sido interrompida no início de 2020.

O Investigação irá seriamente apurar e refutar a alegação insustentável de que, uma vez que a SARS-CoV-2 começou a se espalhar, pouco poderia ter sido feito para detê-la. Essa afirmação é claramente contrariada pela experiência na China, uma sociedade de 1,4 bilhões de pessoas onde foram tomadas medidas de emergência que eliminaram rapidamente o vírus. Elas incluíram o uso de máscaras, distanciamento social, testes, rastreamento de contatos, fechamento de locais de trabalho não essenciais e a construção de centros de isolamento e instalações de saúde.

Em 14 de março de 2020, a China havia reduzido os novos casos diários para apenas 25, um mês após terem atingido um pico de 4.602, em 14 de fevereiro. O vírus foi logo eliminado, com surtos periódicos menores, que apenas uma vez ultrapassaram a média de 200 casos diários. Até o momento, houve apenas 4.636 mortes por COVID-19 na China, das quais somente quatro ocorreram antes de 17 de abril de 2020. Medidas semelhantes foram implementadas na Nova Zelândia, Vietnã, Taiwan e outros países da região Ásia-Pacífico com grande sucesso.

Refutar a afirmação de que teria sido impossível deter o vírus não é uma questão de interesse puramente histórico. Hoje, junto com a implementação da vacinação mundial, ainda é possível e fundamental implementar políticas voltadas para a eliminação e erradicação da COVID-19.

Eliminação versus “imunidade de rebanho”

A Investigação enfrentará a seguinte questão fundamental: por que as medidas que se mostraram bem sucedidas na China, Nova Zelândia e outros países da Ásia-Pacífico não foram implementadas nos Estados Unidos, Brasil, Alemanha, Índia e em todo o mundo? Que interesses econômicos, políticos e sociais ditaram uma resposta totalmente diferente? A antiga questão do direito penal – cui bono? ou seja, quem se beneficia? – deve ser levantada no contexto da pandemia.

A resposta inevitável, como a Investigação demonstrará, é que foi tomada uma decisão consciente de priorizar o desempenho dos mercados financeiros e dos lucros empresariais em detrimento de salvar vidas humanas. Os fatos falam por si mesmos. Enquanto milhões de trabalhadores morreram de COVID-19, a riqueza dos CEOs corporativos e dos maiores acionistas aumentou enormemente. Nos primeiros 19 meses da pandemia, só os bilionários americanos aumentaram sua riqueza em US$ 2,1 trilhões, ou 70 por cento. Uma doença que assolou o globo enriqueceu enormemente os especuladores da pandemia.

Senadores americanos ricos, com informações privilegiadas de um briefing da inteligência americana sobre o SARS-CoV-2 em janeiro de 2020, se livraram de milhões de dólares em ações enquanto permaneciam em silêncio sobre os perigos do vírus. Em 19 de março de 2020, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse secretamente ao jornalista Bob Woodward que ele enganou deliberadamente o público a fim de evitar uma corrida aos mercados financeiros, dizendo: “Eu sempre quis minimizar a situação. Eu ainda prefiro minimizá-la, porque não quero criar pânico”. Muitos desses incidentes ocorreram em países de todo o mundo.

Em oposição à estratégia de eliminação da pandemia, ou “COVID Zero”, os governos implementaram a política socialmente criminosa de “imunidade de rebanho” – ou seja, deixar o vírus se espalhar livremente pela sociedade até que a maioria da população seja infectada. Implementada pela primeira vez na Suécia, essa política foi entusiasticamente alardeada pelo colunista do New York Times, Thomas Friedman, implementada pelo governo Trump e seus parceiros mundialmente, e conscientemente articulada na Declaração de Great Barrington. O lema cunhado por Friedman, que guiou a política anti-eliminação, da “imunidade de rebanho”, é que “a cura não pode ser pior do que a doença” – ou seja, que a saúde pública deve estar subordinada aos lucros empresariais.

Para justificar a política de “imunidade do rebanho”, verdades científicas básicas sobre a COVID-19 foram suprimidas e falsificadas. As instituições oficiais, incluindo a Organização Mundial da Saúde e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano, negaram por mais de um ano o caráter aéreo da transmissão do vírus. Após finalmente admitir que os aerossóis são o modo dominante de transmissão, eles não fizeram nenhum esforço para educar o público, exigir máscaras ou melhorar sistematicamente a ventilação em espaços públicos, incluindo escolas.

Políticos de todas as estirpes, assim como os sindicatos pró-capitalistas, falsificaram os efeitos da COVID-19 nas crianças e o papel que as escolas desempenham na transmissão viral. Nos Estados Unidos, a presidente da Federação Americana de Professores liderou a campanha criminosamente irresponsável, em nome do governo Biden, para mandar as crianças de volta às escolas. Embora fingindo preocupação com a saúde mental dos estudantes, seu real motivo sempre foi o de poder mandar os pais de volta ao trabalho para garantir o fluxo contínuo de lucros para as grandes empresas.

Encontrando resistência generalizada, as elites têm respondido com medidas repressivas. Na Grã-Bretanha, Lisa Diaz – uma mãe que lidera um movimento popular contra a reabertura insegura de escolas – foi ameaçada com multas e difamação na imprensa. David O’Sullivan – um motorista de ônibus de Londres que alertou seus colegas de trabalho sobre os perigos representados pela COVID-19 – foi demitido em retaliação.

No processo de desacreditar as políticas de saúde pública, os defensores da “imunidade do rebanho” impulsionaram fanáticos de extrema direita, atacaram os lockdowns e prosseguiram uma campanha sistemática de desinformação centrada na oposição ao uso de máscaras e vacinas, gerando um grau perigoso de confusão pública.

Nesta foto de setembro de 2020, o então presidente americano Donald Trump assiste o consultor da Casa Branca sobre o coronavírus, Dr. Scott Atlas, dar uma conferência de imprensa sobre a pandemia (AP Photo/Alex Brandon). [AP Photo/Alex Brandon]

Ao mesmo tempo, foram inventadas mentiras sobre as origens do SARS-CoV-2, alegando que o vírus foi projetado em um laboratório em Wuhan. Essa teoria da conspiração foi fabricada pela extrema direita e mais tarde retomada pela mídia oficial, em particular pelo Washington Post e o New York Times. Isso não só criou uma distração das verdadeiras causas da pandemia, como foi usado para fazer avançar uma agenda geopolítica militarista contra a China.

Com o início da vacinação nos países ricos em 2021, desenvolveu-se uma nova vertente da “imunidade de rebanho” baseada nas falsas alegações de que apenas vacinas e máscaras seriam suficientes para trazer um fim à pandemia. Isso encontrou sua expressão mais aguda nos EUA sob o governo Biden, que em 13 de maio de 2021 aconselhou as pessoas vacinadas a deixarem de usar máscaras e proclamou prematuramente a “independência da pandemia”, em 4 de julho de 2021. Desde aquela data, mais de 170.000 americanos já morreram de COVID-19.

O WSWS observou que três estratégias em relação à pandemia surgiram: a “imunidade de rebanho”, vacinações acompanhadas de medidas de mitigação limitadas e a eliminação global do SARS-CoV-2. As duas primeiras estratégias estão baseadas na subordinação da saúde pública aos lucros privados, enquanto que apenas a última representa um caminho para o fim da pandemia e para salvar vidas.

Os mesmos interesses financeiros responsáveis pelas desastrosas políticas de “imunidade de rebanho” têm exercido enorme pressão sobre os países em toda a Ásia-Pacífico para que abandonem a estratégia de eliminação e permitam a ocorrência de infecções em massa. O governo da Nova Zelândia, que havia suprimido com sucesso o vírus por quase 18 meses, finalmente sucumbiu à pressão internacional. Em outubro, abandonou a política de COVID Zero desenvolvida pelos cientistas. O resultado deste recuo foi um aumento dramático das infecções por COVID. Também está sendo exercida pressão sobre a China para que recue de seu compromisso com a eliminação da COVID.

Essas maquinações globais, destinadas a forçar países a aceitarem contaminações em massa no interesse dos lucros empresariais também serão apurados pela Investigação.

O alcance e os objetivos da Investigação Mundial dos Trabalhadores sobre a Pandemia de COVID-19

Não se pode falar da morte de milhões de pessoas sem colocar a questão da culpabilidade criminal. Enquanto Donald Trump mentiu abertamente para o público e Boris Johnson disse: “que os corpos se empilhem aos milhares!”, as ações de Joe Biden, Justin Trudeau, Angela Merkel, Emmanuel Macron e dezenas de outros líderes mundiais resultaram em níveis comparáveis de sofrimento e morte desnecessários. Narendra Modi prometeu “salvar” o povo indiano “dos lockdowns”, e não do vírus, em abril de 2021, enquanto o país era devastado pela variante Delta. Como resultado, estudos confiáveis mostram que a COVID-19 já matou ao menos 3 milhões e, mais provavelmente, 5 milhões de indianos.

Setores do establishment político e da mídia dos EUA, incluindo o Washington Post e o New York Times, pediram uma “comissão estilo 11 de setembro” para investigar a pandemia. Uma tal “investigação” só aprofundaria o encobrimento ocorrido até agora. Nem um único governo tolerará qualquer investigação séria porque eles mesmos estão implicados neste crime social colossal.

A Investigação Mundial dos Trabalhadores sobre Pandemia de COVID-19 não busca nem requer a sanção de governos. O World Socialist Web Site está bem equipado para dar início à Investigação. Ele reconheceu desde os primeiros relatórios públicos da SARS-CoV-2 o perigo de uma pandemia global. Desde 24 de janeiro de 2020, quando relatou pela primeira vez o surto inicial do coronavírus, o WSWS publicou mais de 4.000 artigos sobre este assunto. Ele vem exigindo, desde o início de 2020, a implementação de um plano globalmente coordenado para deter a pandemia. Ele denunciou as políticas governamentais responsáveis pelas mortes em massa.

Em uma declaração publicada em 28 de fevereiro de 2020, o WSWS frisou a necessidade de uma ação global para deter a pandemia, escrevendo:

A resposta ao novo coronavírus não pode ser coordenada a nível nacional. O vírus não respeita fronteiras ou restrições de visto e imigração. As redes globais de transporte e integração econômica transformaram o vírus em um problema global.

A solução deve ser global. É necessário permitir que cientistas de todo o mundo compartilhem suas pesquisas e tecnologias, livres dos “interesses nacionais” e dos conflitos geopolíticos que servem apenas para atrasar o desenvolvimento de contramedidas eficazes para conter, curar e erradicar o novo coronavírus.

Em 6 de março de 2020, o WSWS declarou: “A indiferença do governo Trump à saúde da população não é melhor, e talvez até pior, do que a atitude dos faraós do antigo Egito para com os escravos. A mídia passou muito mais tempo lamentando a queda dos valores das ações em Wall Street do que a perda de vidas humanas”.

Em oposição a essas políticas, o WSWS publicou uma declaração em 17 de março de 2020, que declarou: “O princípio essencial que deve orientar a resposta à crise é que as necessidades dos trabalhadores devem ter prioridade absoluta e incondicional sobre todas as considerações de lucro empresarial e riqueza privada.”

O WSWS não cumpriu o papel somente de informar sobre o impacto da pandemia. Ele buscou transmitir aos trabalhadores e aos jovens uma compreensão científica da pandemia e o que deve ser feito para impedi-la. Com este fim, o WSWS realizou, em conjunto com a Aliança Internacional Operária de Comitês de Base, dois webinários internacionais, em 22 de agosto e 24 de outubro de 2021, com a participação de cientistas proeminentes que vêm lutando por uma política de eliminação global.

Trabalhadores da saúde do Sri Lanka exigem melhores salários e equipamentos de proteção individual durante uma ação de greve em Colombo, Sri Lanka, sexta-feira, 8 de outubro de 2021. (AP Photo/Eranga Jayawardena)

O webinar de 24 de outubro propôs o seguinte como base à luta pelo fim da pandemia:

1. O alvo do SARS-CoV-2 – o vírus que causa a COVID-19 – não são indivíduos, mas sociedades inteiras. O modo de transmissão do vírus está voltado para atingir infecções em massa. O SARS-CoV-2 evoluiu biologicamente para atingir bilhões e, ao fazê-lo, matar milhões.

2. Portanto, a única estratégia eficaz se baseia em uma campanha globalmente coordenada visando a eliminação do vírus em cada continente, cada região e cada país. Não existe uma solução nacional eficaz para esta pandemia. A humanidade – pessoas de todas as raças, etnias e nacionalidades – devem enfrentar e superar este desafio através de um vasto esforço coletivo global e verdadeiramente altruísta.

3. As políticas seguidas por praticamente todos os governos desde o surgimento da pandemia devem ser repudiadas. A subordinação daquilo que deveria ser a prioridade inquestionável das políticas sociais – a proteção da vida humana – aos interesses do lucro empresarial e da acumulação de riqueza privada não pode continuar.

4. A iniciativa de dar uma guinada decisiva rumo a uma estratégia voltada para a eliminação global deve vir de um movimento socialmente consciente de milhões de pessoas.

5. Esse movimento global deve se basear nas pesquisas científicas. A perseguição de cientistas – muitos dos quais trabalham sob ameaças ao seu sustento e até mesmo à sua vida – deve acabar. A eliminação global do vírus requer uma colaboração estreita entre a classe trabalhadora – a grande massa da sociedade – e a comunidade científica.

Com base nestes princípios e no trabalho dos últimos dois anos, o World Socialist Web Site conduzirá a Investigação em escala mundial. Ele entrevistará e reunirá informações de cientistas e especialistas em saúde pública de todo o mundo. A Investigação examinará uma ampla gama de questões críticas relacionadas ao surto, propagação e gestão da pandemia em todas as partes do mundo.

Ele buscará informações reais junto aos trabalhadores e estudantes para documentar o impacto da pandemia na vida das pessoas comuns.

O WSWS – que é a publicação do Comitê Internacional da Quarta Internacional e seus Partidos Socialistas pela Igualdade filiados – fornecerá alicerces organizativos e impulso para a Investigação. Mas este imenso projeto requer a colaboração ativa de especialistas em muitos campos que estão ativos na luta contra a pandemia.

Ao procurar desenvolver essa colaboração no trabalho prático da Investigação, o WSWS não exige concordância de todos os participantes com o programa socialista que defende. Haverá diferenças entre os envolvidos na Investigação sobre as melhores formas de organização política, social e econômica da sociedade do futuro. Mas essa colaboração exigirá entre seus participantes um compromisso inabalável com a verdade científica, a eliminação e erradicação da COVID-19, e a defesa da vida, da cultura e do futuro da humanidade.

Apelamos a todos aqueles que desejam ajudar no trabalho da Investigação a preencher o formulário abaixo.

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